quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A Expansão Cafeeira no Brasil
O cafeeiro pode demorar até seis anos para germinar. Até frutificar, a planta depende muito das condições naturais. Foi no Rio de Janeiro, principalmente nas regiões mais elevadas, que o arbusto encontrou essas características ideais para o cultivo, como solo e clima. Além disso, também havia recursos monetários promissores para sua produção nesse local. Embora não estivesse entre os principais gêneros produzidos na capitania no final do século XVIII e no início do XIX – quando o açúcar estava em destaque –, o café apareceu na pauta da exportação em 1793, com 190 arrobas. No início do século XIX, o cultivo foi expandido para o oeste do Rio de Janeiro, chegando à região do Vale do Paraíba fluminense e paulista, o “oeste velho” paulista. A vinda da Corte para o Rio de Janeiro em 1808 foi um marco nesse incremento da expansão cafeeira. Negociantes de grosso trato, comerciantes-tropeiros e outros grupos sociais, que prestavam serviços à Coroa, receberam sesmarias na região do Vale. Isso aumentou os dois fluxos migratórios para a região: um descendo de Minas Gerais, principalmente da Comarca do Rio das Mortes e do sul de Minas; o outro, subindo a partir do Rio de Janeiro, passando por Raiz da Serra. Negociantes ligados aos comércios das tropas, de cabotagem, negreiro, e alguns com negócios da arrematação de contratos de direitos e tributos régios, como a dízima da alfândega, dízimos e outros, passaram a produzir café em suas terras, juntamente com a produção de açúcar e de outros gêneros ligados ao abastecimento. Tendo em abundância os fatores de produção – terra, mão de obra escrava e capital – e com o crescente mercado externo consumidor, principalmente os Estados Unidos, a produção na região do Vale do Paraíba cresceu. A ponto de o café se tornar o terceiro produto da pauta das exportações brasileiras na década de 1820, com 19,2%, só perdendo para o açúcar, com 27,8%, e para o algodão, com 21%. Mesmo com a turbulência política do Primeiro Reinado (1822-1831) e das Regências (1831-1840), o café passou a ser o principal produto de exportação a partir de 1830. Na segunda metade do século XIX, correspondeu a mais de 60% das exportações. O surgimento da grande fazenda em meados do século XIX – com suas casas grandes e suntuosas, longas extensões de terra e centenas de trabalhadores escravos – significou o auge do poder dos cafeicultores. Mas, no aspecto econômico, representou o endividamento cada vez maior do cafeicultor frente ao comissário local ou comissário na cidade portuária, um intermediário, em geral um comerciante, que adiantava ao fazendeiro recursos em dinheiro ou em mercadorias, como escravos, por exemplo, em troca da safra futura, e deste em relação ao ensacador e ao exportador de café, também localizados na cidade portuária. Por outro lado, a produção cafeeira tinha também uma cadeia de crédito: o cafeicultor podia pagar sua dívida passada, evitar a penhora de seus bens ou postergar o pagamento pelo peso político, ou seja, tendo algum cargo político ou sendo de uma família importante, evitava perder sua terra. Mesmo com o aparecimento dos bancos e das casas bancárias – cuja diferença principal estava na forma de organização da sociedade: os bancos organizados sob a forma de S/As; as casas bancárias, como sociedades comerciais – principalmente após 1850, não houve mudanças significativas no financiamento do café, porque muitos comissários eram acionistas dessas instituições. A expansão da cafeicultura do Vale do Paraíba fluminense e paulista incrementou a atividade comercial exportadora e importadora da cidade do Rio de Janeiro. A criação do Código Comercial – uma legislação mercantil brasileira que substituiu as Ordenações Filipinas, que datam de 1595 –, o fim do tráfico negreiro e a Lei de Terras, em 1850, possibilitaram uma intensa atividade mercantil na cidade. O capital comercial, que antes era direcionado para o comércio de escravos, passou a ser aplicado em bancos, casas bancárias e sociedades comerciais de diversos fins. A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, criada em 1848, tinha a finalidade de negociar os títulos do governo e incomodava intelectuais conservadores da boa sociedade. A expansão cafeeira no Vale do Paraíba, com o uso extensivo do solo e do contingente de mão de obra escrava, chegou ao auge nas décadas de 1850 a 1870. Impulsionada pela crescente demanda externa de café do período, a exportação do produto passou de 51,7% para 56,8%. Isso significou um aumento, em libras, de 55,4 milhões para 116,6 milhões, repercutindo principalmente nos custos da mão de obra. O preço do escravo adulto, que em meados da década de 1850, na cidade do Rio de Janeiro, girava em torno de 500 mil-réis (500$000), na década seguinte chegou a mais de um conto de réis (1:000$000), um aumento de 100%.Nas décadas de 1870 e 1880, o esgotamento do solo e o envelhecimento da mão de obra escrava tornaram visível o declínio da produção cafeeira do Vale do Paraíba. Um sinal dessa situação foi a depreciação das fazendas, como bem destacou o historiador norte-americano Stanley Stein ao analisar a região de Vassouras (RJ). Como exemplo, Stein citou a Fazenda Guaribu, pertencente ao cafeicultor Claudio Gomes Ribeiro de Avelar, o primeiro e único barão de Guaribu. Em 1863, o total dos haveres da fazenda era de mais de 635 contos de réis, sendo que os escravos correspondiam a 69,5%; o cafezal, a 11%; as terras, a 6,5%; e benfeitorias e outros, a 13%. Em 1880, o total de haveres dessa fazenda diminuiu para 442 contos, uma queda de 31%. Em 1887, a fazenda valia 112 contos, uma queda de 84% em relação a 1863. O declínio do café do Vale do Paraíba fluminense e paulista, marcado pela frase “O Brasil é o café e o café é o negro” – dita pelo senador Silveira Martins em 1888, em discurso contra a Abolição –, simbolizou o esgotamento do Império escravista brasileiro. Outras regiões produtoras cresceram em importância, destacando-se o “oeste novo” paulista e a Zona da Mata mineira. Essa nova produção de café, também baseada no uso extensivo da terra e da mão de obra escrava até a assinatura da Lei Áurea, possibilitou o aumento da participação do café nas exportações brasileiras nas décadas de 1880 e 1890. Nessa região, a partir da Abolição, passou-se a utilizar com mais intensidade a força de trabalho do imigrante, muito mais barata que a do escravo, sob a forma de trabalhador livre, conhecida como colonato. Nessas décadas, o café aumentou sua participação nas exportações brasileiras para 62,2% e 64,6%. Mesmo com a crescente participação da borracha, que ultrapassou o açúcar na década de 1890, tornando-se o segundo produto de exportação, o café continuou a ser o símbolo da opulência e da riqueza política e econômica. Não era mais o café do Vale, e sim do oeste novo paulista e do sudeste mineiro. Não era mais a Monarquia, e sim a Primeira República.

No dia 18 de julho de 1975, uma forte geada dizimou todas as plantações de café do Paraná, o que provocou o êxodo de cerca de 2,6 milhões de pessoas.


Após a terrível geada negra, a cultura cafeeira do
Estado do Paraná foi destruída.
As estatísticas dão uma dimensão grandiosa dos eventos daquele dia. Na safra de 1975, cuja colheita já havia sido encerrada antes da geada, o Paraná havia colhido 10,2 milhões de sacas de café, 48% da produção brasileira. Era o maior centro mundial nessa cultura e tinha uma produtividade superior à média nacional. No ano seguinte, a produção foi de 3,8 mil sacas. Nenhum grão de café chegou a ser exportado e a participação paranaense na produção brasileira caiu para 0,1%. Nos dias seguintes já começava a consolidar-se uma idéia de que o estrago seria duradouro. Ogovernador Jayme Canet Júnior anunciava que o orçamento do Estado seria reduzido em 20% no ano seguinte.
O prognóstico dos especialistas era de que o prejuízo chegaria a Cr$ 600 milhões (o equivalente, pela cotação da época, a US$ 75 milhões), apenas nas lavouras de café. Outras culturas, como o trigo, também sofreram perdas importantes, de mais de 50%. Mas era o café que sustentava a economia do Paraná naquela época – uma situação que mudaria logo em seguida, já que os cafeicultores nunca mais se recuperariam desse impacto.
Em uma geração muita coisa pode mudar. Mas parece certo que a geada negra de 1975 foi um daqueles raros momentos em que um único fato é capaz de precipitar mudanças históricas. “É bem difícil imaginar como seria o Paraná hoje se a geada não tivesse ocorrido”, diz o agrônomo Judas Tadeu Grassi Mendes, que à época trabalhava na Secretaria de Agricultura do Estado e hoje é pró-reitor acadêmico do Centro Universitário FAE, em Curitiba. “O mais provável é que tudo o que aconteceu de 1975 para cá – a perda de importância da agricultura cafeeira, a supremacia da soja, o fortalecimento das cooperativas, a migração, a industrialização – tivesse lugar do mesmo jeito, mas não à mesma velocidade”, opina. Movida pelo vento frio da História, no entanto, a vida dos paranaenses nunca mais foi à mesma.

A geada negra de 1975, que mudou a história paranaense ao aniquilar a principal cultura agrícola existente no Estado, tornou a vida difícil para muita gente. Ao mesmo tempo, outros fatores surgiram para dar um empurrão extra. No oeste do Estado, a construção da usina de Itaipu obrigou pelo menos 8 mil agricultores a deixarem suas propriedades, gerando uma demanda por terra que não tinha como ser suprida na região. Ao mesmo tempo, culturas tradicionais no Estado, como o trigo e o algodão, sofriam com o clima e com a conjuntura econômica. Em escala menor, uma geada ocorrida em 1983 repetiu para os produtores de trigo o estrago que os cafeicultores haviam sentido oito anos antes.

Integrantes do GRUPO: Ana Clara N°: 1;Daniela n°:3;Geisa n°:8;JENIFER N°:12;TATIANE N°:25.
6° série B



terça-feira, 19 de novembro de 2013

Dicionário temático ilustrado Palavras indígenas


musica  flauta indígena  
nação indígena não especificada 


Nomes dos integrantes do grupo:Caroline, 02   Gabriely, 07     Natália, 30  Dominique, 32

                                                  
                                                         

domingo, 10 de novembro de 2013

Certidão de nascimento do brasil ou Carta de Vaz de Caminha

Escritor português, Pero Vaz de Caminha nasceu em Porto, Portugal, em 1450. Faleceu em 15 de dezembro de 1500, em Calecute, Índia. Trabalhou como escrivão da armada do navegador Pedro Álvares Cabral.
Sua família era descendente de antigos povoadores de Neiva, pertencente ao reinado de D.Fernando. Pero Vaz de Caminha trabalhou como cavaleiro das casas de D. Afonso V, de D.João II e de D. Manuel I.

Desenvolveu os conhecimentos em escrita para elevar-se de posto, após ter participado da batalha de Toro em março de 1475, no ano seguinte passou a ocupar o cargo de mestre da Balança da Moeda, antes ocupada pelo seu pai.
Em 1497, fora selecionado para redigir os capítulos da Câmara Municipal do Porto. Em 1500, tornou-se escrivão da feitoria de Calecute. Pero Vaz de Caminha é autor da célebre carta do Descobrimento do Brasil, datada em 1° de maio, que serviu como testemunho e registro histórico da nau capitânia da armada de Cabral.


Carta de Pero Vaz de Caminha é a certidão de nascimento do Brasil, sendo publicada somente no século XIX, pelo Padre Manuel Aires de Casal, na Imprensa Régia. Faleceu em combate aos mulçumanos na feitoria de Calecute.

Na época de seu trabalho na Câmara do Porto, havia sido nomeado vereador, nessa fase casou-se e teve uma filha, Isabel Caminha. Isabel casou-se com um homem violento, que por determinadas práticas criminosas fora exilado na África. Pero Vaz Caminha utilizou de sua influência política e de sua escrita para trazer o genro de volta à Portugal, mas não conseguiu.


Gabriele n°06; Giovana n°09; Larissa n°14